POESIA ERÓTICA #3
By Celino Deira
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Será
possível matarmo-nos
à força
de tanto pensarmos fazê-lo?
em amor
a mulher é levada ao cepo - bigorna do leito
para
receber o amoroso corte
sentir
na beleza a afiada lâmina do amor
frequentemente
em investigação criminal
A
pega é requisitada pelas autoridades judiciais
para
identificar falos suspeitos
Em
amor Pretendo aportar
atracar
no golfo da mulher,
baía
e enseada da sua beleza
O
falo é um instrumento de medida
cuja
altura registada
indica
a beleza da mulher presente.
A
mulher é o amoroso burgo
cercado
e protegido por muralhas sucessivas
de
erótica roupagem.
Por
vezes de um recôndito aposento do palácio
escutam-se
os balidos ofegantes e laboriosos de uma serva
que
se encontra a servir o amo de amor e beleza
Para
a alta dama o sexo dos servos e súbditos amantes
é
a ginástica amorosa que pratica entre esposos
para
a sua sã manutenção sensual
Pelo
fim da viajem cortejante
Pretendo
atracar no golfo da mulher
baía
e enseada da sua beleza
Em
sexo a mulher é cruxificada sobre o leito
pelo
macho algoz
centurião
do amor
A
revolta saia é o pano a vela
que
impulsiona a beleza da mulher
contra
a costa da nossa mente
Fito a cesta
de frutas do teu decote
um arranjo
floral ao centro
da mesa
lúbrica de tua beleza
Já na mulher, bem imersos em sua
beleza
descemos à secreta cave
onde se urde e conspira o amor
Em
salão ou elegante baile da existência
selecionemos
a mulher que hoje desejamos
para
nos revestir mentalmente o falo.
Como
as árvores
determinamos
a obscena idade da mulher
nos
perversos anéis de seus seios.
mentalmente
A mulher ordena
segundo
o critério da medida fálica.
o
extenso catálogo de amantes inscritos
Em
sexo somos prostrados numa posição incómoda
como
se nos encontrássemos numa missão ilícita e subverssiva do amor
nos
encobríssemos e furtássemos às amorosas autoridades da beleza
Na
aflição e urgência do amor
o
macho apressa-se a expulsar e introduzir na beleza da mulher
o
sémen que lhe transborda e inunda a mente
Já
vão nascendo neste pobre país católico e analfabeto
mulheres
tão obscenas quanto as maiores pegas e atrizes
das
praças internacionais do amor
durante
a casual entrevista
sou
mentalmente corrompido e subornado
pela
valiosa beleza da mulher
Em amor diante da mulher desnuda
ao macho depara-se um prostibulo de
formas
um harém de decotes e perversos
orifícios
em amor
a mulher é levada ao cepo - bigorna doleito
para
receber o amoroso corte
sentir
na beleza a fálica lâmina do amor
A pega
é o amor público.
A pega
é um amor púbico
A pega
é amor impudico
O Prior
solicita às acólitas e fiéis mais sensuais
para
acolherem e aplicarem a caridade da sua beleza
aos
mais famintos e amorosos indigentes da paróquia
A braguilha é o presente
obsceno
que a mulher anseia
abrir
pelo Natal do
amor.
O corpo é o terraço do
ser,
Nobre varanda onde a
mulher acorre
a saudar
os amorosos súbditos.
A altura do feminino sapato
indica a medida do falo que, nessa
hora,
a mulher deseja mentalmente tragar.
A altura do feminino sapato
indica a medida do falo que, nessa hora,
a mulher se deseja mentalmente prover.
Como
a idade das árvores
a
obscena idade da mulher
lê-se
nos anéis de seus seios.
pelo
odor e textura do sémen injetado
a
mulher identifica o território amoroso e original do macho
o
sensual condado de que provem
Pesa-me
mais a mente do que o corpo
Pois
é lá que guardo tudo o que não sou
E
o que não sou é mais do que possuo
as
grandes damas dos bairros operários e populares
já
na corte
são
as anónimas e plebeias meretrizes
na crucificação do amor a
mulher é pregada ao leito por possante e rude cravo
Findo
o amor,
profundas
chagas e lesões
se
revelam na mente feminina.
Em
Portugal já se copula tão obscenamente
quanto
nas ricas e principais praças internacionais
do
amor.
Após a
quebra da virgindade regular
ainda
resta à mulher debutar
vencer
a Árdua virgindade do grande falo
a saia é o profana véu
cortina de laboratório onde
escuramente
o pérfido amor se destila
Círios são os olhos da alma;
Mamilos são da beleza os olhos.
A mulher é o amoroso
burgo cercado
e protegido por muralhas sucessivas
de erótica roupagem.
Perante uma nova proposta amorosa
a dama exorta o macho a demonstrar na aia
o amor que debochadamente lhe pretende
infligir
A mulher sabe que a virgindade
apenas será verdadeiramente
quebrada pelo genuíno e rude falo africano.
Pela sua extrema beleza a
mulher deve ser diretamente saudada a falo
Frequentemente
nos equivocamos
e
tomamos por pega a mulher,
tais
são as amorosas semelhanças.
No auge da cópula parece que a
mulher esfacelamos
que amorosamente se despedaça e
desmembra
diante de nossa perversa mente
O sexo é a face lubrica da medalha
o verso da amorosa pagina
o branco ventre de um réptil
esquivo.
que lei inata e natural
faz a cria desprezar a escudela defronte
e fitar obstinadamente seu nutritivo
conteúdo?
Pratiquemos,
quais Deuses, o sexo mental
ou acorporal.
no
toureio do amor
na amorosa lide
a
mulher sente o dorso da beleza cravado a falo
Existir
é ser;
Viver é
a contabilidade de tudo isso.
Na
feminina mente está registada
como
nível de aluvião
a marca
do falo mais profundo que amou.
Em salão ou
noturno bar da existência
o ser escolhe
a mulher que então deseja
para mentalmente revestir e abrigar o falo.
Mulher,
Permite-nos desvendar o segredo
de teu obscuro cruzamento de pernas
Mulher,
teu amoroso cruzamento de
tuas pernas
guarda um segredo.
aprontemo-nos
mentalmente para o sexo
como quem
prepara uma Arrojada
e perigosa
expedição
amorosa
A
mulher ainda conserva em beleza
vestígios
obscenos de lascivos rios
que
outrora, amorosamente, a percorriam.
Regularmente
marceneiros são chamados a reparar leitos
danificados
pela força do sexo
que a
beleza da mulher quebrou.
como
guizos metálicos teus seios balem
enquanto
caminhas como amorosa rês
na perversa e tortuosa azinhaga da minha
mente
Despudoradamente
a mulher aproxima a mente do falo
como
mendigo remexe, revolve
e
procura alimentos em lixeira
A foda compõem-se de várias estações
como a via sacra do amor.
Como
turistas da beleza e mulher
fotografemos
esse feminino panorama
que se
nos apresenta à mente.
A
mulher é a diva,
a
estrela cinematográfica do lar.
*
A
mulher é feita de carne;
A
mulher é a falta de carne.
*
Como
experiente caçador é nos lúgubres bairros suburbanos
Que a
mulher procura os melhores falos
como armas ilícitas do amor.
*
Em amor
diante da mulher
ao
macho depara-se um harém de decotes
e
perversos orificios
A pega
é um amor público.
A pega
é amor púbico
A pega
é o amor impudico
Por
vezes sinto-me a existir.
Como se
me escutasse o sangue
a
correr
Em
aniversário do amor
em
oficial cerimónia de comemoração
A
mulher defumará o charuto do sexo.
O ser
regular já actua
O
artista actua duplamente
A
mulher exibe profanas sombras
como as
lúgubres vielas da cidade.
Uma
condessa copula tão devassa e obscenamente
quanto
a sua aia.
Em amor
a
mulher é simultaneamente lojista
e
mercadoria exposta.
A
mulher serpenteia vagarosamente pela existência,
como
concubina à luz flava.
A
mulher conhece dois modos de existência:
o
vestido e o despido.
A
mulher é bela,
o
impala é veloz.
A
mulher é a pega em reserva,
o
soldado de beleza da Nação.
Será o
sexo operado à força de falo
ou
mente?
*
O
grande falo é o troféu,
o
primeiro prémio da lotaria amorosa.
A
mulher receia tocar o falo
como
uma arma carregada de amor.
A
mulher indigna-se perante a bofetada;
Mas,
estranhamente,
permite
e promove a brutal cópula.
Sinto
tua beleza
sinto-o
tão fortemente
como
na mente uma bofetada dada
Cortesmente,
declaremos à mulher
A foda
que sentimos por si.
A bela
mulher sobressai da plebe
como
jóia perdida no lodo.
Ao
aportar em África
a
mulher sente um frémito percorrer-lhe a mente
por
pisar, finalmente, o território original do falo.
Frequentemente
a pega é requisitada pelas autoridades
Para,
através da fisionomia fálica,
identificar
os irreconhecíveis cadáveres da cidade.
*
A pega
é reconhecida pelas exíguas vestes que traja
- o uniforme oficial do amor
*
Entre
as mulheres comuns há pegas infiltradas
Quais
espias e
agentes
secretos do amor.
*
A mente
sofre amoroso atentado
sempre
que na sua proximidade
se
detona a feminina nudez.
a
altura dos esguios sapatos
indicam
à cidade a medida e a dose de falo
que nessa
hora a mulher pretende inocular
Que, à
sombra dos frescos recantos de teu ser,
belos
piqueniques amorosos se dariam!
Exclamemos:
"-Que belo ser!"
ao
deparar-se-nos a bela e feminino forma.
No
circo do sexo
qual
acrobata da beleza
a
mulher arrisca amoroso número.
amor é
convidarmos a mulher
para
uma noite de devassidão e lascivia
nos
aposentos de seu corpo e beleza.
Professamos
a mulher como religião
sua
amor como dogma
sua
beleza como doutrina
submerso,
Ofegante de beleza feminina
respiro
mentalmente formas e seios,
como
bolsas de ar impuro do amor.
Regularmente
a pega é requisitada pelas autoridades
chamada
à morgue da cidade para identificar afalo
os incógnitos
cadáveres masculinos e abandonados.
Frequentemente
a pega é requisitada pelas autoridades
Para,
identificar através da fisionomia fálica,
Os
irreconhecíveis rostos dos cadáveres da cidade.
Na
evasão da lida
os
amantes descobriram um atalho
escavaram
na carne uma estreita passagem em si
Na
preparação do amor
a
mulher prova várias medidas de falo
até encontrar
aquela que lhe assenta mentalmente bem
findo
o sexo
a
mulher não demonstra remorso, nojo ou arrependimento
pelo
amoroso crime de foi vitima
durante
a amorosa transação
sou
mentalmente corrompido e subornado
pela
valiosa beleza da mulher
existimos
e, entretanto, vamos raparigando
e
mulhereando.
Maior a
beleza,
mais
poderosas radiações amorosas
emitirá
a mulher.
Deus é
feitor
capataz
espiritual do mundo pagão.
No amor
há as pegas mestras
e as
laboriosas pegas obreiras.
pelo
fim do amoroso ano
a
mulher regista em pérfido anuário as melhores cópulas,
isto é,
aquelas que considera especialmente infames e perversas
A morte
é um grave problema que temos
a não
resolver.
A vida
é uma questão de vida
ou
morte.
Que
prazer nos dê a tristeza e amargura!
Façamos
da angústia uma festa mental.
Cada
ser é uma frequência de vida,
uma
nuance colorida do espectro existencial.
Existamos
como
mais uma tarefa que temos a viver.
Antes
do amor, à cabeceira do leito
o macho
ora, reza, benze-se
e
agradece a Deus a dádiva da próxima refeição feminina.
Pelo
sexo honramos a mulher e o amor
de
que é rainha e súbdita
predadora
e presa.
à
aproximação da mulher
É
frequente os fálicos açaimes rebentarem
e
cederem à enorme pressão da beleza feminina
Qual
rara e exótica ave
Exclamemos:
que bela mulher!
sempre
que avistemos esse belo exemplar da beleza
O corpo
é carcaça,
a
concha do ser.
Como
amoroso Selo ou timbre
a
mulher extrai ou recebe do amante
a
oficial chancela do sémen Comprovativo
Premiemos
por medalhas e troféus os melhores seres e viventes
como
ágeis atletas da existência.
Após
a quebra da virgindade regular
ainda
resta à mulher
o
debute oficial do grande falo
Teus seios balem como sonoros guizos
enquanto pastas e lidas
no lascivo prado da minha mente.
invoquemos
por poesia as mulheres
como os
Deuses.
de
Todas as mulheres belas que por nós passam
a
beleza prende-se como veste
na fina
rede pesqueira de nossos perversos pensamentos
Mulher,
tua
carne pensa.
Minha
enxó em sua beleza o corpo lavra e fecunda
ou será
a mente?
*
o
falo é a chave que destranca o segredo das femininas curvas
e
beleza
Sexo é
arrombar a porta,
ainda
que possuamos a chave.
Relembro
o grande sulco da mulher Como Essa rua
O
canal onde machos se despejam e lançam os dejetos
da
sua amorosa perfídia
*
os
orifícios da beleza feminina são sensuais armadilhas
estrategicamente
dispostas para capturar machos
nos
trilhos de passagem desse infame predador amoroso
*
As
pernas da mulher são membros tenazes
que
se cerram instintivamente e aprisionam o macho
como
corola que sente a presença de insecto voador.
*
Em
certas sociedades como reparação e pena
o
ofendido tem o direito de escolher para copular.
uma
dama ou donzela da família inimiga.
A
revolta saia é o pano
a
vela que impulsiona a beleza da mulher
contra
a costa da nossa mente.
*
A
revolta saia é o pano
a
vela que impulsiona a beleza da mulher
no
mar perverso e luxurioso da existência
*
A
mulher vigia e protege atentamente sua beleza
como
um mercador a bolsa e a banca
onde
expõem e valiosa mercadoria.
*
A
mulher explica que a filha sempre se revelou amorosa
desde
criança exibiu interesse em chuchar
e
abocanhar objectos penetrantes
*
Em
todas as cidades capitais da pátria
ergamos
um monumento estátua lápide à mulher bela e anónima
esse
humilde e valoroso soldado desconhecido do amor
*
Sinto-me
humano e vivo
como
um insecto cativo
de
um futuro apodrecer
Protejamo-nos
da beleza feminina,
como a
criança de uma obscenidade.
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