EROTIC POETRY #3 by Celino Deira

 POESIA ERÓTICA #3

By Celino Deira

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Será possível matarmo-nos

 

à força de tanto pensarmos fazê-lo?

 

 *

 

em amor a mulher é levada ao cepo - bigorna do leito

para receber o amoroso corte

sentir na beleza a afiada lâmina do amor

 

 

 

frequentemente em investigação criminal

A pega é requisitada pelas autoridades judiciais

para identificar falos suspeitos

 

 

 

Em amor Pretendo aportar

atracar no golfo da mulher,

baía e enseada da sua beleza

 

 

 

O falo é um instrumento de medida

cuja altura registada

indica a beleza da mulher presente.

 

 

 

A mulher é o amoroso burgo

cercado e protegido por muralhas sucessivas

de erótica roupagem.

 

 

 

Por vezes de um recôndito aposento do palácio

escutam-se os balidos ofegantes e laboriosos de uma serva

que se encontra a servir o amo de amor e beleza

 

 

 

Para a alta dama o sexo dos servos e súbditos amantes

é a ginástica amorosa que pratica entre esposos

para a sua sã manutenção sensual

 

 

 

Pelo fim da viajem cortejante

Pretendo atracar no golfo da mulher

baía e enseada da sua beleza

 

 

 

Em sexo a mulher é cruxificada sobre o leito

pelo macho algoz

centurião do amor

 

 

 

A revolta saia é o pano a vela

que impulsiona a beleza da mulher

contra a costa da nossa mente

 

 

 

Fito a cesta de frutas do teu decote

um arranjo floral ao centro

da mesa lúbrica de tua beleza

 

 

 

Já na mulher, bem imersos em sua beleza

descemos à secreta cave

onde se urde e conspira o amor 

 

 

 

Em salão ou elegante baile da existência

selecionemos a mulher que hoje desejamos

para nos revestir mentalmente o falo.

 

 

 

Como as árvores

determinamos a obscena idade da mulher

nos perversos anéis de seus seios.

 

 

 

mentalmente A mulher ordena

segundo o critério da medida fálica.

o extenso catálogo de amantes inscritos

 

 

 

Em sexo somos prostrados numa posição incómoda

como se nos encontrássemos numa missão ilícita e subverssiva do amor

nos encobríssemos e furtássemos às amorosas autoridades da beleza

 

 

 

Na aflição e urgência do amor

o macho apressa-se a expulsar e introduzir na beleza da mulher

o sémen que lhe transborda e inunda a mente

 

 

 

Já vão nascendo neste pobre país católico e analfabeto

mulheres tão obscenas quanto as maiores pegas e atrizes

das praças internacionais do amor

 

 

durante a casual entrevista

sou mentalmente corrompido e subornado

pela valiosa beleza da mulher

 

 

 

Em amor diante da mulher desnuda

ao macho depara-se um prostibulo de formas

um harém de decotes e perversos orifícios

 

 

 

em amor a mulher é levada ao cepo - bigorna doleito

para receber o amoroso corte

sentir na beleza a fálica lâmina do amor

 

 

 

A pega é o amor público.

A pega é um amor púbico

A pega é amor impudico

 

 

 

O Prior solicita às acólitas e fiéis mais sensuais

para acolherem e aplicarem a caridade da sua beleza

aos mais famintos e amorosos indigentes da paróquia

 

 

 

A braguilha é o presente obsceno

que a mulher anseia abrir

pelo Natal do amor. 

 

 

 

O corpo é o terraço do ser,

Nobre varanda onde a mulher acorre a saudar

os amorosos súbditos.

 

 

 

A altura do feminino sapato

indica a medida do falo que, nessa hora,

a mulher deseja mentalmente tragar.

 

 

 

A altura do feminino sapato

indica a medida do falo que, nessa hora,

a  mulher se deseja mentalmente prover.

 

 

 

Como a idade das árvores

a obscena idade da mulher

lê-se nos anéis de seus seios.

 

 

 

pelo odor e textura do sémen injetado

a mulher identifica o território amoroso e original do macho

o sensual condado de que provem

 

 

 

Pesa-me mais a mente do que o corpo

Pois é lá que guardo tudo o que não sou

E o que não sou é mais do que possuo

 

 

 

as grandes damas dos bairros operários e populares

já na corte

são as anónimas e plebeias meretrizes

 

 

 

na crucificação do amor                                                                                                                                              a mulher é pregada ao leito                                                                                                                                     por possante e rude cravo                                                                   

 

Findo o amor,

profundas chagas e lesões

se revelam na mente feminina.

 

 

 

Em Portugal já se copula tão obscenamente

quanto nas ricas e principais praças internacionais

do amor.

 

 

 

Após a quebra da virgindade regular

ainda resta à mulher debutar

vencer a Árdua virgindade do grande falo

 

 

 

a saia é o profana véu

cortina de laboratório onde escuramente

o pérfido amor se destila

 

 

 

Círios são os olhos da alma;

 

Mamilos são da beleza os olhos.

 

A mulher é o amoroso burgo                                                                                                                 cercado e protegido por muralhas sucessivas                                                                                                                     de erótica roupagem.

 

Perante uma nova proposta amorosa

a dama exorta o macho a demonstrar na aia

o amor que debochadamente lhe pretende infligir 

 

A mulher sabe que a virgindade                                                                                                                                             apenas será verdadeiramente quebrada                                                                                                                            pelo genuíno e rude falo africano.

                                                        

Pela sua extrema beleza                                                                                                                                  a mulher deve ser diretamente saudada                                                                                                                           a falo

 

 

Frequentemente nos equivocamos  

e tomamos por pega a mulher,

tais são as amorosas semelhanças.

 

 

 

No auge da cópula parece que a mulher esfacelamos 

que amorosamente se despedaça e desmembra

diante de nossa perversa mente

 

 

 

O sexo é a face lubrica da medalha

o verso da amorosa pagina

o branco ventre de um réptil esquivo.

 

 

 

que lei inata e natural 

faz a cria desprezar a escudela defronte

e fitar obstinadamente seu nutritivo conteúdo?

 

 

 

Pratiquemos, quais Deuses, o sexo mental                                 

 

ou  acorporal.

 

 

 

no toureio do amor

na amorosa lide                                                                                                                                                           a mulher sente o dorso da beleza cravado a falo 

 

 

Existir é ser;

 

Viver é a contabilidade de tudo isso.

 

 

 

Na feminina mente está registada

como nível de aluvião

a marca do falo mais profundo que amou.

 

 

 

Em salão ou noturno bar da existência

o ser escolhe a mulher que então deseja

para  mentalmente revestir e abrigar o falo.

 

 

 

Mulher,

Permite-nos desvendar o segredo

de teu obscuro cruzamento de pernas

 

 

 

Mulher,

teu  amoroso cruzamento de tuas pernas

guarda um segredo.

 

 

 

aprontemo-nos mentalmente para o sexo

como quem prepara uma Arrojada e perigosa

expedição amorosa

 

 

 

A mulher ainda conserva em beleza

vestígios obscenos de lascivos rios

que outrora, amorosamente, a percorriam.

 

 

 

Regularmente marceneiros são chamados a reparar leitos                              

danificados pela força do sexo                                                     

que a beleza da mulher quebrou.

 

 

 

como guizos metálicos teus seios balem

enquanto caminhas como amorosa rês

na perversa e tortuosa azinhaga da minha mente

 

 

 

Despudoradamente a mulher aproxima a mente do falo

como mendigo remexe, revolve

e procura alimentos em lixeira

 

 

 

A foda compõem-se de várias estações

 

como a via sacra do amor.

 

 

 

Como turistas da beleza e mulher

fotografemos esse feminino panorama

que se nos apresenta à mente.

 

 

 

A mulher é a diva,          

 

a estrela cinematográfica do lar.                                        

 

*

 

A mulher é feita de carne;                                                                                            

 

A mulher é a falta de carne.

 

*

 

Como experiente caçador é nos lúgubres bairros suburbanos

Que a mulher procura os melhores falos

como  armas ilícitas do amor.

 

*

 

Em amor diante da mulher

ao macho depara-se um harém de decotes

e perversos orificios

 

 

 

A pega é um amor público.

A pega é amor púbico

A pega é o amor impudico

 

 

 

Por vezes sinto-me a existir.

Como se me escutasse o sangue

a correr

 

 

 

Em aniversário do amor

em oficial cerimónia de comemoração

A mulher defumará o charuto do sexo.

 

 

 

O ser regular já actua

 

O artista actua duplamente

 

 

 

A mulher exibe profanas sombras

 

como as lúgubres vielas da cidade.

 

 

 

Uma condessa copula tão devassa e obscenamente

quanto a sua aia.  

 

 

 

Em amor

a mulher é simultaneamente lojista      

e mercadoria exposta.     

 

 

 

A mulher serpenteia vagarosamente pela existência,

 como concubina à luz flava.

 

 

 

A mulher conhece dois modos de existência:

 

o vestido e o despido.

 

 

 

A mulher é bela,

 

o impala é veloz.

 

 

 

A mulher é a pega em reserva,

 

o soldado de beleza da Nação.

 

 

 

Será o sexo operado à força de falo

 

ou mente?

 

*

 

O grande falo é o troféu,

 

o primeiro prémio da lotaria amorosa.

 

 

 

A mulher receia tocar o falo

 

como uma arma carregada de amor.

 

 

 

A mulher indigna-se perante a bofetada;

Mas, estranhamente,

permite e promove a brutal cópula.

 

 

 

Sinto tua beleza

sinto-o tão fortemente

como na mente uma bofetada dada

 

 

 

Cortesmente, declaremos à mulher

 

A foda que sentimos por si.

 

 

 

A bela mulher sobressai da plebe

 

como jóia perdida no lodo.

 

 

 

Ao aportar em África

a mulher sente um frémito percorrer-lhe a mente

por pisar, finalmente, o território original do falo.

 

 

 

Frequentemente a pega é requisitada pelas autoridades

Para, através da fisionomia fálica,

identificar os irreconhecíveis cadáveres da cidade.

 

*

 

A pega é reconhecida pelas exíguas vestes que traja

 

 - o uniforme oficial do amor

 

*

 

Entre as mulheres comuns há pegas infiltradas

Quais espias e

agentes secretos do amor.

 

*

 

A mente sofre amoroso atentado

sempre que na sua proximidade

se detona a feminina nudez.

 

 

 

a altura dos esguios sapatos

indicam à cidade a medida e a dose de falo

que nessa hora a mulher pretende inocular

 

 

 

Que, à sombra dos frescos recantos de teu ser,

 

belos piqueniques amorosos se dariam!

 

 

 

Exclamemos: "-Que belo ser!"

 

ao deparar-se-nos a bela e feminino forma.

 

 

 

No circo do sexo

qual acrobata da beleza

a mulher arrisca amoroso número.

 

 

 

amor é convidarmos a mulher

para uma noite de devassidão e lascivia

nos aposentos de seu corpo e beleza.

 

 

 

Professamos a mulher como religião

sua amor como dogma

sua beleza como doutrina

 

 

 

submerso, Ofegante de beleza feminina

respiro mentalmente formas e seios,

como bolsas de ar impuro do amor.

 

 

 

Regularmente a pega é requisitada pelas autoridades

chamada à morgue da cidade para identificar afalo

os incógnitos cadáveres masculinos e abandonados.

 

 

 Frequentemente a pega é requisitada pelas autoridades

Para, identificar através da fisionomia fálica,

Os irreconhecíveis rostos dos cadáveres da cidade.

 

 

Na evasão da lida

os amantes descobriram um atalho

escavaram na carne uma estreita passagem em si                                                                      

 

 

Na preparação do amor

a mulher prova várias medidas de falo

até encontrar aquela que lhe assenta mentalmente bem

 

 

 

 findo o sexo

a mulher não demonstra remorso, nojo ou arrependimento

 

pelo amoroso crime de foi vitima

 

 

 

durante a amorosa transação

sou mentalmente corrompido e subornado

pela valiosa beleza da mulher

 

 

 

existimos e, entretanto, vamos raparigando

 

e mulhereando.

 

 

 

Maior a beleza,                                                                                                              

mais poderosas radiações amorosas

emitirá a mulher.

 

 

 

Deus é feitor                                                   

 

capataz espiritual do mundo pagão.

 

 

 

No amor há as pegas mestras     

 

e as laboriosas pegas obreiras.

 

 

 

pelo fim do amoroso ano

a mulher regista em pérfido anuário as melhores cópulas,

isto é, aquelas que considera especialmente infames e perversas

 

 

A morte é um grave problema que temos

 

a não resolver.

 

 

 

A vida é uma questão de vida

 

ou morte.

 

 

 

Que prazer nos dê a tristeza e amargura!     

 

Façamos da angústia uma festa mental.

 

 

 

Cada ser é uma frequência de vida,

 

uma nuance colorida do espectro existencial.

 

 

 

Existamos

 

como mais uma tarefa que temos a viver.

 

 

 

Antes do amor, à cabeceira do leito

o macho ora, reza, benze-se

e agradece a Deus a dádiva da próxima refeição feminina.

 

 

Pelo sexo honramos a mulher e o amor

de que é rainha e súbdita

predadora e presa.

 

 

 

à aproximação da mulher

É frequente os fálicos açaimes rebentarem

e cederem à enorme pressão da beleza feminina

 

 

 

Qual rara e exótica ave

Exclamemos: que bela mulher!

sempre que avistemos esse belo exemplar da beleza

 

 

O corpo é carcaça,                                                                                                       

 

a concha do ser.

 

 

 

Como amoroso Selo ou timbre

a mulher extrai ou recebe do amante

a oficial chancela do sémen Comprovativo

 

 

 

Premiemos por medalhas e troféus os melhores seres e viventes

como ágeis atletas da existência.

 

 

 

Após a quebra da virgindade regular

ainda resta à mulher

o debute oficial do grande falo

 

 

 

Teus seios balem como sonoros guizos 

enquanto pastas e lidas

no lascivo prado da minha mente.

 

 

 

invoquemos por poesia as mulheres

 

como os Deuses.  

 

 

 

de Todas as mulheres belas que por nós passam

a beleza prende-se como veste

na fina rede pesqueira de nossos perversos pensamentos

 

 

Mulher,

 

tua carne pensa.

 

 

 

Minha enxó em sua beleza o corpo lavra e fecunda

 

ou será a mente?

 

*

 

o falo é a chave que destranca o segredo das femininas curvas

 

e beleza

 

 

 

Sexo é arrombar a porta,

 

ainda que possuamos a chave.

 

 

 

Relembro o grande sulco da mulher Como Essa rua

O canal onde machos se despejam e lançam os dejetos

da sua amorosa perfídia

 

*

 

os orifícios da beleza feminina são sensuais armadilhas

estrategicamente dispostas para capturar machos

nos trilhos de passagem desse infame predador amoroso

*

 

 

As pernas da mulher são membros tenazes

que se cerram instintivamente e aprisionam o macho

como corola que sente a presença de insecto voador.

*

 

Em certas sociedades como reparação e pena

o ofendido tem o direito de escolher para copular.

uma dama ou donzela da família inimiga.

 

 

 

A revolta saia é o pano

a vela que impulsiona  a beleza da mulher

contra a costa da nossa mente.

 

*

 

A revolta saia é o pano

a vela que impulsiona  a beleza da mulher

no mar perverso e luxurioso da existência

 

*

 

A mulher vigia e protege atentamente sua beleza

como um mercador a bolsa e a banca

onde expõem e valiosa mercadoria.

 

*

 

A mulher explica que a filha sempre se revelou amorosa

desde criança exibiu interesse em chuchar

e abocanhar objectos penetrantes

 

*

 

Em todas as cidades capitais da pátria

ergamos um monumento estátua lápide à mulher bela e anónima

esse humilde e valoroso soldado desconhecido do amor

*

 

Sinto-me humano e vivo

como um insecto cativo

de um futuro apodrecer

 

 

 

Protejamo-nos da beleza feminina,

 

como a criança de uma obscenidade.

 

 


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