POESIA ERÓTICA #4 por Celino Deira

POESIA ERÓTICA #4

by Celino Deira

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Na mente feminina está registada a marca de cheia ou aluvião

o nível do maior falo que mentalmente

 

a inundou.

 

*

 

A mulher é um cabaret noturno

que frequento, luminosamente,

 

pelo seu amanhecer.

 

*

 

A mulher é um cabaret noturno

que frequento, matinalmente,

 

pela aurora do ser.

 

 *

 

Se a mulher muito chilreia em entrevista

então essa face tomarei

 

como mais um ânus seu a copular.

 

*

 

Conforme a intensidade da beleza ou graduação,

do amor a mulher será Basílica, Santuário

 

ou pequena ermida.

 

*

 

Em sexo, por instantes,

a face da mulher transfere-se para a cintura

 

e o inverso também ocorre.

 

 *

 

A altura do feminino sapato

indica a medida do falo que, nessa hora,

a mulher deseja mentalmente

se prover.

 

 *

 

A beleza é a guarnição mental da mulher,

muralha sensual a transpor

 

pela amorosa batalha.


Uma guarnição de beleza reveste a mulher,

filme sensual a destacar,

pelicula a descolar e revelar o conteúdo secreto

do amor.

 

 

 

Em sexo a mulher ingere o sémen do macho

 

que, ao pensá-lo, igualmente, em sémen

se esvai e dilui.

 

*

 

Os seios tilintam à nossa mente

como vidraças durante o amoroso terramoto

 

que deflagra.

 

*

 

Em sexo a mulher canta e entoa

o erótico salmo que,

em obsceno idioma

o macho narra e redige.

 

*

 

Penso as pernas da mulher

cuja carne guarda segredos como esbeltas ânforas

 

o azeite.

 

 

A saia é câmara-escura do amor,

laboratório secreto onde a lascívia se revela

 

à contra-luz da beleza;

 

*

 

O sexo é pena,

 

o tributo que a mulher pagará proporcionalmente

à beleza cometida.

 

*

 

No batalha do amor

temos como obstáculo a transpor

os seios quais lascivas ameias

do sensual castelo.

 

*

 

Sexo é amor físico

 

um número de circo amoroso

e suas sensuais acrobacias.


*


Da janela do ser miro os seios balofos arquejando,

chocalhando como guizos carnais,

das reses que caminham juntas em parelha

pelas tortuosas azinhagas da minha mente.

 

*

 

Como guizos metálicos

os seios entrechocam-se e anunciam a beleza

enquanto lidas como amorosa rês

no pastos e azinhagas da minha mente.

 

 *

 

Teus seios arfam,

Brandamente tilintam como guizos metálicos

 

nos vastos prados de minha mente.

 

 *

 

A aia é cortejada por distinto embaixador ou jurisconsulto;

a alta Dama, por sua vez, é o alvo amoroso

de um rude moço de estrebaria.

 

 *


A mulher fecunda-se entre as formas do ser

e o copulador enlameia-se mentalmente nesse gesto

 

quão amorosos semeadores no lodo.

 

 *

 

Em sexo a alma da mulher está ensopada de sémen;

caiu, por agora, nesse imundo charco amoroso,

 

qual ténue lenço de Dama.

 

*

 

Se o falo é modesto cancelemos a cópula

e retratemo-nos ante a mulher

 

por perversa indemnização amorosa.

 

*

 

Entre as mulheres há pegas infiltradas

quais sabotadoras, duplos agentes secretos

 

do amor.

 

*

 

A Mulher é o amoroso alvo;

Suas cavidades são miras inversamente apontadas

 

à copuladora mente.



O banho é a higiene do corpo;

sexo, - o asseio da perversa alma

 

ou mente.

 

*

 

Depois de usufruir a mulher uma dúvida me assalta:

é a beleza, afinal, uma poluente indústria corporal

 

ou mental?

 

 

 

Findo o amor uma dúvida me assalta:

 

afinal, as célebres femininas cavidades habitam corpo

ou mente?

 

*

 

O amor mata a frescura da noviça

a qual, como os olhos de bandido,

já possui a tez, o brilho vicioso

de calçada gasta.

 

*

 

Para a arqueologia

os túmulos femininos são os mais procurados e valiosos,

porque em vida

o seu conteúdo também o fora.

 

*

 

A mulher excita

como um belo decote,

 

ou exígua veste.

 

*

 

A cidade extravasa de beleza feminina

que estamos impedidos de alcançar

 

como joias em vitrina.

 

*

 

A mulher tem dupla virgindade a quebrar:

aquela do primeiro falo

 

e a do pródigo falo.

 

 

 

A mulher tem dupla virgindade a quebrar:

aquela do primeiro falo

 

e a do primeiro grande falo.



A mulher tem dupla virgindade a quebrar:

aquela do primeiro falo

 

e a do pérfido falo.

 

 

 

Em certos feudos são regularmente apresentadas ao amo

as donzelas prontas a serem colhidas de beleza

para este decidir usar ou ceder o direito de primazia

que o amoroso poder lhe confere.

 

*

 

Em coito a mulher é deitada sobre o lenho do leito e amada,

sensualmente crucificada pelo macho algoz

 

-centurião do amor.

 

*

 

Diariamente a mulher ocupa-se de esconder beleza e formas,

 

qual fêmea as tenras crias

do mundo vigilante e predador.

 

*

 

À jovem mulher o falo apresenta-se

como a nova boneca de trapos

 

da sua infâmia.

 

*

 

Iniciada na arte do amor

a mulher adopta o falo

como a nova boneca de trapos

do seu ócio.

 

 

 

Amante é um ser suplente

que temos para chamar e emparelhar

sempre que sintamos

uma suprema falta de nós.

 

 

 

O mundo produz rinocerontes para nos caçarmos.

 

Do mundo, no entanto, o que de melhor há a colher e pensar

É a mulher como pomos.

 

 

 

Bela será a mulher que, em alheia e mascula mente

abata e aniquile, prontamente,

 

as amorosas rivais.

A mulher é Divina;

 

constituirá uma honra para a vítima

ser assassinada por mulher.

 

*

 

Ao existir e lidar, ao caminhar,

a mulher levanta ideias obscenas

 

como amorosa poeira sensual.

 

*

 

Oculta em meiga e suave donzela

encobre-se dissimuladamente como lobo

 

a futura meretriz.

 

*

 

Os cílios são da alma os olhos.

 

Os olhos - dos seios são da beleza

os cílios.

 

*

 

No auge do coito busco em feminina mente os sinais,

reflexos de torpes investidas de desejo

 

em seu baixo ser.

 

 

 

No terramoto do sexo

a face da mulher desmorona-se e incendeia-se

 

como a devassa capital de um império.

 

 

 

A mulher é dobrada em partes iguais

e copulada na aresta viva,

 

esquina visível do ser obtuso.

 

*

 

Pagamos caro pelos melhores hotéis

como belas mulheres onde, pernoitamos

 

de beleza.

 

*

 

Pagamos caro pelos melhores hotéis

como belas mulheres onde, hospedamos

 

a luxuria.




A mulher é a amorosa atriz;

 

os seus movimentos são gestos,

as suas obras são atos.

 

*

 

Sexo é uma cena de pancadaria amorosa

uma reles rixa de cama brigando por carne

 

e beleza feminina.

 

*

 

Como em licenciosa metrópole

também à mulher

uma alameda principal

lhe atravessa a beleza.

 

 

 

Como em licenciosa metrópole

também em mulher

um eixo de beleza

indica o amoroso norte.

 

*

 

Como a licenciosa metrópole

também à mulher

uma via principal

lhe atravessa o ser.

 

*

 

Como em infame metrópole

também à mulher

um licencioso canal

lhe irriga a beleza.

 

 

 

Encenará a mulher o sexo

ou será, verdadeiramente, então

quem socialmente desconhecemos

da vida quotidiana.

 

 

 

Felicitemos esse mercador

por a bela mulher que ama

como rica propriedade

da beleza.

 

*

 

Na eucaristia da lida,

pensamentos obscenos tombam sobre a mulher,

como sonoras moedas

em caixa de esmola.


*


O púbis é praga,

como hera alastra amorosamente

 

sobre a corrupta beleza.

 

*

 

Dissimuladamente, nos bares da existência,

a mulher verte em bebida

 

a tóxica substância amorosa.

 

*

 

Dissimuladamente, nos bares da existência,

a mulher verte na mente do macho como bebida

 

a poderosa substância erótica.

 

*

 

A mulher é o mercado,

a tenda ou bazar onde regularmente

nos cevamos e abastecemos

de amor e beleza.

 

*

 

Como o fogo,

a mulher apraz sensualmente

em noite fria e solitária

de amor.

 

*

 

Qual helianto da existência

perseguimos mentalmente a mulher

 

como o sol da beleza.

 

 

 

Anestesiados pela beleza feminina

cedemos ao sexo,

 

como amorosa cirurgia.

 

*

 

A mulher manuseia o falo

com o prudência e cuidado devotado a revólver

 

carregado de amor.

 

*

 

Da feminina beleza um tortuoso regato emana.

Corre, desagua e espraia-se obscenamente em quadril

 

- delta do amor.


*


Em amor a mulher suporta o peso

a amorosa carga do vizinho ruidoso

que ama e existe no piso superior

de sua beleza.

 

*

 

Amor é a vertigem de alto precipício,

caminhada sobre o fundo do oceano,

escalada ao alto cume

da luxuria.

 

*

 

Amor é a vertigem de alto precipício,

caminhada sobre o fundo do oceano,

descida as cavidades profundas

da mente.

 

 

 

A saia é o pano de cena do amor.

Sobe e desce para devassamente marcar

 

os perversos atos da lascívia.

 

*

 

A saia é o pano de cena do amor.

Sobe e desce para devassamente marcar

 

seu perversos actos.

 

 

 

Sob o porte garboso de uma Dama

encobre-se o tenebroso sexo,

 

como bandido oculto sob reposteiro.

 

 

 

Sob o porte garboso de uma Dama

oculta-se o tenebroso sexo,

 

como bandido atrás de reposteiro.

 

*

 

Domado o falo iníquo

a mulher suspende-o no cume da beleza

como sensual bandeira

da luxuria.

 

 

 

Domado o falo inimigo

a mulher hasteia-o como bandeira

no sensual cume

da beleza.



Domado o falo inimigo

a mulher exibe-o ao povo como trofeu

na alta tribuna

da beleza.

 

 

 

Domado o falo inimigo

a mulher crucifica-o como réprobo

no pérfido cume

da beleza.

 

 

 

Domado o falo inimigo

a mulher condena-o como ímpio

ao desolado desterro

do amor.

 

 

 

Domado o falo inimigo

a mulher condena-o à expiação amorosa

como alienada mulher vidente

da beleza.

 

 

 

Domado o falo inimigo

a mulher condena-o à expiação amorosa

como alvo cordeiro

da beleza.

 

 

 

Domado o falo inimigo

a mulher condena-o à expiação amorosa

como puro infante

da beleza.

 

 

 

Em sexo o falo encapela-se e silva,

cospe sémen à mente feminina

como serpente acossada

de beleza.

 

 

 

A mulher é tudo.

Entre nossos colóquios lidamos moderadamente,

 

como em sala de espera.

 

*

 

A mulher é tudo.

Entre as suas representações assistimos moderadamente,

 

como interlúdio.

A mulher é tudo.

Entre as suas aparições descremos profanamente,

 

como a lida.

 

*

 

O rápido e furtivo engate da pega

equivale ao longo e diplomático cortejamento.

 

de uma Dama.

 

*

 

No amoroso assalto

a mulher é coagida a entregar a beleza

sob a ameaça do falo alvejando a beleza

que o erigiu.

 

 

 

Cinicamente, pelo fim do coito

a mulher será brutalmente apunhalada

pelo ímpio falo que inocentemente

ajudara a erguer.

 

*

 

Cinicamente, pelo fim do coito

a mulher será brutalmente traída

pelo impio falo que previamente

ajudara a erguer.

 

 

 

Coito é a posição fisicamente desconfortável,

que o ser, obstinadamente, procura,

 

para seu conforto mental.

 

*

 

Pela intensidade do feminino ulo

prevê-se a medida ou altura do falo,

 

como a distância de um relâmpago.

 

*

 

Sim, são as mulheres quem amanha o amor e sexo, entre nós

são elas quem, diariamente, alimenta sua fornalha,

 

a pazadas de beleza e sedução.

 

*

 

Urgentemente alimentamos de carvão a locomotiva do amor

como de sémen

 

o ávido quadril da mulher.

A saia é adereço útil

e permite o sexo urgente

do amante impaciente

da beleza feminina.

 

*

 

Algures na mulher

está dissimulada a beleza e amor

como cofre nas paredes

de esplêndida mansão.

 

 

 

Copula é transpor ilegalmente a fronteira sensual da mulher,

invadir amorosa e clandestinamente

 

seus eróticos domínios.

 

 

 

Findo o sexo

uma charcutaria de formas repousa exangue sobre o leito

 

- mesa do amor.

 

*

 

A beleza mesura-se por cronómetro.

E o valor obtido indica pela mulher

o tempo consumido

a erguer o falo.

 

*

 

Deus marcou a mulher a beleza

como cunho e selo

 

de sua divina casa

 

 

 

Deus traçou a mulher a beleza

como cunho e selo

 

de sua amorosa casa.

 

*

 

Deus cunhou a mulher a beleza

como chancela e timbre

 

de sua amorosa casa.

 

 *

 

Os generais honram as grandes batalhas da história;

e as pegas

 

as mais infames e ilustres cópulas.


*


A beleza da mulher condena-a diariamente à copula,

patíbulo do amor, - a amorosa tortura

 

ou enforcamento.

 

*

 

O amor é guerra e expugnação

e o sexo a batalha, - o assalto sensual

 

ao feminino burgo.

 

*

 

Sexo é o amoroso assalto

a tomada da sensual fortaleza e guarnição

 

da beleza.

 

 

 

Sexo é trasfega,

 

o esvaziamento mental de seres contentores

sobre mulheres recipientes.

 

 

 

Sexo é desfalecimento,

 

o esvaziamento exangue de seres contentores

sobre mulheres recipientes.

 

*

 

A pega sempre honrará sua meretriz

e a oficina onde aprendiza

praticou o noviciado do amor qual artífice

o seu venerando Mestre.

 

*

 

Em trajo a mulher é guarnecida por faustosa cerca

Como jardim público interdito a pisar

 

de amor…

 

*

 

O sexo está dissimulado na mulher

qual contrabando, em luxuosa mala ou porão

mercadoria ilícita e contrafeita

do amor.

 

*

 

Invoquemos por poesia as mulheres

 

quais espíritos alados

do amor.




Após a quebra da virgindade regular

a mulher prepara a próxima empreitada sensual:

 

a grandiosa quebra da virgindade imoral.

 

 

 

Um artífice deverá honrar os velhos mestres;

E a mulher - as cortesãs,

 

- suas lascivas predecessoras.

 

*

 

Calculemos matematicamente a pressão imoral

que repletos seios exercem contra a blusa

 

e nossa abotoada mente.

 

*

 

Calculemos matematicamente a pressão imoral

que a beleza feminina exerce contra as vestes

 

e nossa estrangulada mente.

 

*

 

A pega move-se tão habilmente sobre o leito

como ágil acrobata na corda bamba

 

do amor.

 

*

 

Deverá restar em clausura mental a bela mulher,

por se revelar impossível a convivência desse soberbo ser,

por o desejo ameaçar perturbar e corromper

a mais frugal entrevista.

 

*

 

Deverá restar em cativeiro sensual a bela mulher,

por se revelar impossível a convivência desse soberbo ser,

por o desejo ameaçar perturbar e corromper

a mais frugal entrevista.

 

 

 

O amor é uma gravidade que ataca o macho,

o atrai e coloca na órbita sensual

 

da bela mulher.

 

*

 

Os seios são chifres; sensuais armações,

 

- as hastes amorosas

da mulher cervo.


*


Em sensual aniversário,

na celebração do amor

a mulher defumará

o charuto do sexo.

 

*

 

A mulher celebra o cento de cópulas

como o magnata da beleza festeja

de ducados

- o seu primeiro milhão.

 

*

 

A mulher celebra o cento de cópulas

como o magnata da beleza festeja

de ducados

- o seu ominoso milhão.

 

 *

 

Encerramos o amor como cachorro

que, ruidosamente, late quando, provocadoramente,
a bela mulher contorna, exteriormente,

a alta vedação do ser.

 

*

 

A mulher reúne conhecimentos de prostituição

que usará como gordura acumulada

 

no inverno amoroso da existência.

 

*

 

E o amor?

 

É certo que nada é mais sujo e imundo

do que esse lúgubre contágio de mentes.

 

*

 

No auge do coito

o casal é uma rotativa amorosa

 

um tear mecânico em plena laboração.

 

*

 

Nos urbanos bairros ou vilas

Em reverência à vizinha como urbana diva.

formam-se secretos clubes de admiradores e aficionados

dessa beleza quotidiana e domestica

 

*

 

A mulher é o lugar do amor

como escuso prostíbulo,

 

ou bar de alterne.

Mulher,

desejo teu feminino ser

 

como bela dama.

 

 

 

Para curar amorosas maleitas e enfermidades

a sabedoria feminina recomenda à  mulher

a toma e fricção matinal

do rude falo

 

 

 

Para curar amorosas maleitas e enfermidades

a sabedoria feminina recomenda à mulher

a toma e infusão mental

do falo

 

 

 

mentalmente coloco a mulher na mira do falo

e dissimulo essa furtiva carabina entre ameias

 

do amor

 

 

 

Constatamos que a mulher se nutre parca e frugalmente,

mas revela-se ávida gulosa de amor e falos;

 

sua mente exige-os fartos e generosos.

 

 

 

Ao passar em corredor

Alguém escutou a mulher exigindo potencia máxima ao macho copulador

como se ordenasse ao algoz

que a açoitasse com redobrada malicia

 

 

 

Ao passar em corredor

Alguém escutou a mulher exigindo potencia máxima ao macho copulador

para lograrem subir a ingreme ladeira

do amor

 

 

 

Ao passar em corredor

Alguém escutou a mulher exigindo potencia máxima ao macho copulador

para lograrem transpor mais um degrau dessa íngreme vertente

do amor

 

 

 

Ao passar em corredor

Alguém escutou a mulher exigindo potencia máxima ao macho copulador

para lograrem ultrapassar as vagas tormentosas

desse agitado mar.

Em redor da bela vizinha, como Diva,

formam-se clubes mentais de idólatras e aficionados

 

do quotidiano amor.

 

 

 

A beleza da mulher consome excessivo amor

como, de joalharia,

 

a alta cortesã.

 

 

 

À hora do amor, sobre a Dama,

ocorre devassa festa organizada em honra

 

da beleza.

 

 

 

Analmente pelo natal do amor

a pega concede uma cópula gratuita

ao  mendigo que dorme sob a arcada da rua

onde amorosamente atua.

 

 

 

Analmente pelo natal do amor

a dama concede uma cópula gratuita

ao  mendigo que dorme sob a arcada da rua

onde amorosamente habita.

 

 

 

a bela mulher sabe que é desejada

para amorosa refeição

como doce lebre corre aflita entre feras estiradas

ao sol dormente da lascivia.

 

 

 

Amar é preferir o sabor lascivo dessa beleza

entre tantos expostos nos escaparates existenciais

que, por desejo e vida,

frequentamos admiramos.

 

 

 

Ao contrário do naco comestível,

que poderá ser bem ou mal passado,

na locanda do amor a mulher sempre exigirá

o mais perverso falo.

 

 

 

Como hábil e astuto mercador

a mulher desdenha a beleza que lhe sobra

 

como cabeleira.




Na corrida do amor o falo fustiga a mulher

 

como látego no dorso da res

espora no ventre da montada

 

 

 

Na lida do amor o falo fustiga a mulher

 

como látego no dorso do réu

espora no ventre da montada

 

 

 

Os círios são da alma os olhos;

 

Os seios,

da beleza e corpo.

 

 

 

Os círios são da alma os olhos;

 

Os seios,

da lascívia e corpo.

 

 

 

Em sexo, por instantes,

a mente feminina transfere-se para o quadril

 

e o inverso também ocorre.

 

*

 

Há instantes,

enquanto praticava placidamente a existência,

minha mente foi brutalmente atacada

pela beleza de uma mulher.

 

 

 

Em lúbrico turismo

ao visitar típica aldeia do amor

a mulher exige pousar para fotografia

com o homem mais viril da região.

 

 

 

Desnudado um seio ele moralmente se desprende

e rapidamente se precipita rolando

como bola saltitante, que aos pés da mente

se detivesse.

 

 

 

Enquanto lida ou existe

a mulher oferece o belo ser a pensar e cobiçar,

 

a nosso faminto e mental olhar.

Se o falo é menor cancelemos a cópula

e retratemo-nos ante a mulher

 

por avultada indemnização amorosa.

 

 

 

Em qualquer hora da lida

Pode caber-nos em aparatoso acidente

o alto privilégio de sermos assassinados

por mulher.

 

 

 

É inflado e febril de amor

o estado ideal, segundo a mulher,

para a colheita e abate

do leguminoso falo.

 

 

 

Diariamente a mulher traja o sexo,

veste sensualmente esse exíguo uniforme

 

do amor.

 

 

 

A cópula compõem-se de várias estações

 

como a via sacra

do amor.

 

 

 

A mulher é a diva,

a estrela cinematográfica

 

do lar.

 

 

 

O sexo é a pena,

o tributo que a mulher salda

proporcionalmente à beleza

que aufere.

 

 

 

Em sexo os seios tilintam na mente como quinquilharia erótica

durante o amoroso terramoto

 

que deflagra.

 

*

 

Em sexo os seios tilintam na mente como vidraças

durante o amoroso terramoto

 

que deflagra.


*


Em sexo os seios tilintam na mente

qual louça durante o amoroso terramoto

 

que deflagra.

 

 

 

A mulher bela consome excessivo amor

como, de joias e cortesias,

 

a alta dama.

 

 

 

A beleza da mulher consome excessivo amor

como, de joalharia,

 

a alta cortesã.

 

 

 

O corpo é o terraço do ser,

sensual tribuna onde a mulher acorre a saudar

 

os amorosos súbditos.

 

 

 

A mulher é um cabaret soturno

que frequento, nocturnamente,

 

pelo amanhecer.

 

 

 

Penso as pernas da mulher

Como ânforas helénicas que armazenam óleos

 

e perversos segredos

 

 *

 

Penso as pernas da mulher

Como longas estradas que se cruzam adiante

 

na bifurcação da beleza

 

 *

 

Da mulher cristalina saliva de prata

aguarda receber e fundir-se com âmbarico sémen

concebido e destilado

por si.


* 

 

A caixa forte da saia abre-se, enfim, milagrosamente

ao macho que prove possuir a chave,

 

o código do amoroso segredo.


*


A pega é o urinol, o lavabo

o imundo e arruinado carro de aluguer

 

do amor.

 

*

 

A realidade perturba o ser lúcido e sereno,

interpondo-lhe a mulher,

qual potente magneto

da beleza.

 

 *

 

Está consagrado à mulher bela

o direito de dispensar filas de espera

obter lugar sentado em comboio metropolitano

exigir o melhor assento em camarotes ou plateias.

 

 

 

Sexo é a corrida tauromáquica do amor

cópula

 

sua arrojada pega de caras.

 

*

 

Mulher é severo bloco de carne

Cinzelado a falo

 

por amorosa e devassa mente.

 

*

 

durante a sensual viajem

a mulher consulta a carta amorosa internacional

para conhecer as caracteristicas típicas do falo nativo

da região que atravessa.

 

 

 

como praticantes de amorosa perseguição

também mulheres rejeitam a presa miúda

e se dedicam exclusivamente à caça grossa

do amor.

 

 

 

A mulher sorri ante o discreto falo

pois sabe que, como um pequeno predador do amor,

ele não representa qualquer perigo

para a sua extrema beleza

 

 *

 

Findo o sexo

escorre sémen da mente feminina

 

como o sangue de um amoroso crime.


*


Findo o sexo

escorre sémen da mente feminina

como sangue

de amorosa vitima.

 

 *

 

Fora do sexo

recolherá a mulher seios e corpo

como o predador recolhe garras

Após amorosa caçada.

 

 

 

Em orgia o sémen corre entre os corpos,

 

como em taverna

a cerveja entre os copos.

 

 

 

No circo do amor

certa mulher celebrizou-se por malabarismo fálico

arrojado número que em nudez executa

sobre a perversa tenda do leito.

 

 

 

Rasgando as vestes, despojando a forma, expondo a nudez

acederemos, finalmente,

à caixa-forte

da beleza feminina.

 

 

 

O matrimónio é o cativeiro sensual da mulher.

 

a pega, ao invés, habita livremente

a selva do amor.

 

 

 

O círculo intimo do Príncipe compõe-se de nobres, clérigos

e belas cortesãs- as temíveis mercenárias

 

do amor.

 

 

 

Concebamos transparentes pontes e viadutos  -

Projectemos esses arrojados e esbeltos arcos

 

à prova de mulher.

 

 

 

A mulher é beleza,

puro sexo disfarçado de cidadão honesto,

 

como insuspeito burlão do amor.

Despojando as vestes,

revelando e expondo a nudez das formas,

 

acederemos à feminina mente.

 

 

 

O púbis é praga;

 

como hera alastra, amorosamente,

pela frontaria sensual da mulher.

 

 

 

O púbis é praga;

 

como hera amorosamente alastra e corrompe

o muro sensual da beleza.

 

 

 

A mulher é a causa de uma excentricidade,

uma vil contusão,

 

um alto-relevo na masculina mente.

 

 

 

Se o falo é menor cancelemos a humilhante cópula

e retratemo-nos ante a mulher

 

por avultada indemnização amorosa.

 

 

 

A altura do feminino sapato

indica a medida do falo que, nessa hora,

a mente deseja tragar

para seu conforto imoral.

 

 

 

O púbis alastra e trepa pela mente feminina

como a hera entrelaçada de um solar

 

-casa assombrada do amor.

 

 

 

Inventámos o sexo

mas, infamemente, copiámos da natureza

 

a rude biblioteca de seus gestos.

 

 

 

O corpo é a varanda do ser,

o terraço onde a mulher acorre a saudar

 

os amorosos súbditos.



Felicitemos esse homem

pela bela esposa que possui,

 

como valiosa montada.

 

 

 

Como a metrópole

também à mulher

 

uma via principal lhe atravessa a lascívia.

 

 

 

Nos seio está demarcada o alvo sensual,

ponto de mira da feminina beleza a pensar e alvejar

 

de amor

 

 

 

A esposa é pega civil;

pega – o soldado consorte

 

do amor

 

 

 

Solicitemos à mulher o beijo e a felação

 

como amorosa aia que nos pregasse um botão de vida,

remendasse uma peúga existencial.

 

 

 

As mulheres amam frontalmente

e oferecem ao sexo

 

o majestoso reverso do ser.

 

 

 

O falo é o ícone

o emblema a divisa gravada nos umbrais da camara

onde regularmente se reúne a cúpula dirigente

da feminina associação.

 

 

 

No auge do coito

o casal é uma lubrificada rotativa

 

um tear mecânico em plena laboração.

 

 

 

Durante o coito

uma chupeta fálica é colocada à mulher

para estancar a berraria mental do sexo.

que insiste em gemer.

calculemos a pressão imoral

que indecentes seios exercem contra a blusa

 

e nossa abotoada mente

 

 

 

A mulher afasta-se das multidões

por recear desse tumulto as mãos anónimas

os dedos invasores e salteadores

da beleza

 

 

 

A beleza da mulher mesura-se

como a cilindrada de um motor.

 

a potência de amoroso engenho

 

 

 

Estranhamente, a mulher é frugal na alimentação

mas gulosa do amor e falos;

 

sua mente exige-os fartos e generosos.

 

 

 

O corpo feminino é excessivo de beleza e ser;

é feito para iludir e encantar,

 

como as deleves plumas de uma corista.

 

 

 

Que sofre e absorve as batidas do amor?

 

O material corpo e pagão

ou sua etérea mente?

 

 

 

da mulher seus quadris dilatados de tamborete

são bossas de amor

Coxias de amparo onde se acumula e guarda a beleza

da nossa sobrevivência.

 

 

 

Regularmente, pela quadra natalícia

a bela mulher doa o ser ou partes de formosura

à obra de caridade do bairro onde sua beleza

desperta e excita.

 

 

 

A saia é ponte ou desvão;

 

jamais muro

ou amorosa cerca.



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