POESIA ERÓTICA #5 por Celino Deira

POESIA ERÓTICA#5

By Celino Deira

arts.montero@gmail,com

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Cópula é transpor imoralmente a cerca sensual da mulher,

 

invadir amorosa e clandestinamente

 

seu erótica propriedade.

 

*

 

A mulher considera trocar de falo,

ascender na amorosa escala

a um estádio superior

 

de amor.

 

*

 

A beleza da mulher é a sombra de fresca e espessa copa

que o macho abriga e protege

do calor sufocante

 

da lascívia.

 

*

 

Aposta no reverso da mente,

discreta etiqueta indica a medida do falo

que a mulher amorosamente

 

traja.

 

*

 

Na feminina beleza - reverso do ser -

discreta legenda indica a medida de falo

que a mulher mentalmente veste

 

e ama.

 

*

 

Hoje a mulher recusou o decote.

Este permaneceu arrumado no armário da luxúria

como obsceno colar

 

ou gargantilha.

 

*

 

O rio da feminina beleza

corre, corre, … e desagua,

espraia-se no mítico quadril,

 

- delta do amor.

 

*

 

A alma é o burgo,

o corpo - a muralha-,

 

a beleza - profundo fosso da mulher a transpor

e conquistar.

 

*

 

Por sonoras estocadas a mulher assinala o início do amor;

palmas estalando em amplas coxas férteis,

 

como lançando fogosa corrida

o cavaleiro esporeia as ilhargas da montada.

 

*

 

A mulher vale os olhares que levanta e acorda

à passagem, na existência.

 

Os desejos que suscita e ergue

pelos amorosos dias.

 

*

 

Em amoroso assalto

a mulher é coagida a entregar a beleza

sob a fria ameaça do falo, encostado à mente,

 

como coronha.

 

*

 

Na noite da viela

o rápido e furtivo engate da pega,

equivale ao longo e diplomático cortejamento diurno

de Dama

em salão.

 

*

 

Como antenas ou elétricos transístores

somos providos de falo

que deteta, recebe e captura

as mais ténues frequências

da beleza feminina.

 

*

 

Por vezes, à saída da festa,

grupos de mulheres decidem partilhar o falo

 

- como repleto carro de aluguer

na noite da cidade.


*


Se a mulher toma conhecimento de falo superior

sente-se amorosamente traída e indignada,

pronta a confrontar o esposo, nubente ou amante

e exigir a devolução imediata

da amorosa diferença.

 

*

 

A refeição frugal sacia o delicado apetite da dama;

 

todavia, em amor, o pródigo falo revela-se insuficiente

para satisfazer a mente sôfrega

e voraz.

 

*

 

Diariamente a mulher oculta a beleza

do mundo vigilante e predador;

 

delambe e alimenta coxas e seios,

como fêmea as tenras crias.

 

*

 

Da mulher sou visitante e cliente assíduo da beleza.

 

Frequento-a amorosamente como bar de alterne -

mal-afamado prostíbulo

do amor.

 

*

 

A jovem donzela promove-se ante as amigas,

preza-se de acolher falos de perversidade superior

àquela indicada para sua idade, condição

 

ou mente.

 

*

 

O amor será executado em alinhamento

ao eixo feminino da beleza;

 

como o barco deve cursar

o leito central do rio.

 

*

 

A mulher lida próxima do homem, em demasia,

como mala repleta de prata

tentadoramente se sugere e entreabre

 

ao funcionário corrupto.


*


Apresemos pelas asas as aves de criação da vida,

pelas presas e chifres seus elegantes bois e reses,

pelos amorosos orifícios

 

a sublime e perversa mulher.

 

*

 

Como as bochechas de uma adorável criança

não deixemos de beliscar seios e coxas de mulher

cuja beleza

 

o falo nos enterneça.

 

*

 

Frequentemente nos equivocamos

e tomamos por pega a bela mulher, ou o inverso,

 

tais são as amorosas semelhanças

entre si.

 

*

 

A mulher é o lugar do amor

 

Sexo é a ocupação das sensuais terras por colonos

- os migrantes ilegais

da beleza.

 

*

 

O falo rude fora, outrora, o jade, a pedra da calçada

de uma pré-história distante;

 

hoje é a pedra preciosa

que selecta Dama perdeu sobre a calçada.

 

*

 

A mulher administra a beleza,

regulando a tensão dos arreios de que se cinge

qual sensual cabresto,

 

- a força de estampagem de uma prensa.

 

*

 

Por vezes cruzamo-nos com matriarcas belas e antigas,

de vida bem sovada e curtida, de amor,

como velhas estradas romanas

 

da lascívia.

 

*

 

Cada mulher vale a quantidade de cópulas anuais

como a facturação de uma firma,

a quilometragem de exaurido carro de aluguer

 

do amor.

 

*

 

Qual astuto mercador em devassa feira,

ante a mercadoria do novo amor

a mulher solicita e analisa, atentamente,

a ficha técnica do falo

comerciante.

 

*

 

Em amor, primeiramente, o macho rega a mulher de sémen.

Seguidamente, qual pirómano da beleza,

ama e ateia

 

a sensual fogueira.

 

*

 

-O mais importante de tudo? - A mulher.

 

- E, mais importante do que a mulher?

 

- A mulher desnuda.

 

*

 

Em perversa hora damas sentem o apelo da viela

e entregam-se devotamente a essa clausura e fé,

alistam-se voluntariamente, quais mancebos recrutas

 

do amor.

 

*

 

Qual atleta, doutor ou guerreiro do amor

a pega elegeu um orifício;

 

como arma, ordem ou confraria

do sensual ofício.

 

*

 

À saída do mercado ou locanda,

além das sacolas repletas de produtos

a mulher ainda carrega os seios como alforges

 

de amor e beleza.

 

* 

 

Brasil é o prostíbulo da rua universal,

o botequim de esquina onde o mundo, mentalmente,

se debocha e prostitui,

 

ceva de mulher e beleza.

 

*

 

A pega dança tão habilmente em leito

como ave nos céus da luxúria,

 

acrobata na corda-bomba

do amor.

 

*

 

Porque serão nobres e magnatas

sempre acompanhados de belas mulheres,

quais sensuais guarda-costas

 

do amor?

 

*

 

Em certas sociedades

o ofendido adquire direitos sobre mulheres da família inimiga,

possuí-las de acordo com a gravidade da ofensa

 

ou amoroso crime.

 

*

 

Regularmente vizinhos escutam a ruidosa cópula

como indústria imoral e poluente;

 

amorosa oficina que laborasse

no piso inferior da existência.

 

*

 

Na prova do amor

a mulher experimenta outras medidas fálicas,

até encontrar aquela que, mentalmente,

 

bem lhe assente.

 

*

 

Caio,

em si, diariamente me desterro e exilo.

 

Todas as noites me despenho mentalmente na mulher

qual amoroso abismo.


 * 

 

Sexo é copular-te levemente,

em potência;

 

é permanecer-te brevemente,

para sempre.

 

*

 

Na hora da saudação

a mulher cede languidamente a face e o formal ósculo,

mas eu tomo-a e desejo-a

 

como mais um ânus seu a copular.

 

*

 

A mulher ama como quem indolentemente

percorre galerias comerciais;

 

carrega seios como artigos expostos

nas vitrinas translúcidas da cobiça.

 

*

 

Sofregamente alimentamos de carvão a locomotiva do amor

como de sémen, o ávido quadril,

os férteis e rotativos membros

 

da mulher.

 

*

 

Na noite do amor a mulher tolera o amaro sémen

e consente em beleza o falo rude e disforme,

mas à luz do dia e calçada enoja-a a sarjeta,

 

desvia a mente de decomposto corpo.

 

*

 

Na noite do amor a mulher tolera o amaro sémen

e consente em beleza o falo rude e disforme,

mas à luz do dia e calçada enoja-a a sarjeta,

 

desvia a mente de dejetos imundos.

 

*

 

Na calçada obsequio a bela mulher,

e aguardo que um sorriso de sol rompa e desabroche

e a esmola sensual tombe sobre este louco e mendigo

 

da beleza feminina.

 

*

  

No centro erótico da mulher Deus cunhou a beleza;

 

lá gravou a ferro quente

a chancela e insígnia amorosa

de sua divina casa.

 

 *

 

No centro erótico da mulher Deus cunhou a beleza;

 

lá gravou a ferro quente

a chancela e insígnia amorosa

de sua devassa casa.

 

*

 

Descobrimos a beleza da mulher

e inventámos, prontamente, o sexo para a libação

 

- vil técnica extrativa do amoroso veio;

a mineração carnal da beleza!

 

*

 

A mulher era amada com tal ardor e intensidade,

os gritos e súplicas atingiam tal altura e ruído

que se impunha alguém intervir,

apartar os contendores dessa sensual rixa ou bravata

-a amorosa refrega.

 

*

 

O reverso mental da mulher,

isto é, a face oposta de si,

é ainda a mulher,

 

embora, uma avessa mulher devassa.

 

*

 

Findo o sexo

encontraremos vestígios de sémen na mente feminina,

como lã

 

nos beiços ensanguentados de uma fera.

 

*

 

Não adoramos as mulheres por lei ou proveito.

Veneramo-las porque são as melhores

e as mais belas,

 

as detentoras do sensuo comum.


*

 

Como os metais

certas mulheres são excelentes condutoras de amor e beleza;

seus corpos propagam eficientemente o calor do desejo

 

e luxúria.

 

*

 

Findo o sexo

uma charcutaria de formas repousa exangue

sobre o leito

 

- mesa do amor.

 

*

 

Na derradeira hora ou ócio

o assassino recorda os abjetos crimes praticados;

 

a mulher, por sua vez, relembra o infame rol

de cópulas cometidas.

 

*

 

Do extenso rebanho feminino

aparto mentalmente a bela dama

como rês para abate,

 

- a amorosa tosquia.

 

*

 

Perversamente, pelo fim do coito,

a mulher será cinicamente apunhalada pelo falo,

que anteriormente ajudara a prosperar

 

e erigir.

 

*

 

Nas águas revoltas do amor;

a pega é capitã de alto mar

 

À esposa, por seu lado, estão reservadas

as ágeis manobras portuárias.

 

*

 

Entre macho e senhora descobrimos o amor.

 

Mas para o executar,

em má hora, copiámos da natureza

a rude biblioteca de seus gestos.


*

 

É blasfema de semblante a mulher;

sensualmente pragueja visuais imprecações

 

como infame vagabundo, ébrio de beleza

e formas.


*


A cidade extravasa de beleza feminina

enjaulada por frágeis vestes

que somos ineptos de assaltar

 

como joias em vitrina.

 

*

 

Como insistente prurido ou sarna

regularmente a mulher requer o macho para catar,

friccionar assaz e deveras, a falo,

 

sua devassa a mente.

 

*

 

Defronte da mulher o macho apresentava-se tenso e ereto,

mentalmente rígido e alterado sob o efeito narcótico e estupefaciente

da sua beleza

 

e nudez.

 

*

 

Em prostíbulo um ruido próprio de laboração emana;

Lá os amantes obram arduamente,

dessa lúgubre oficina e indústria

 

- a serração do amor.

 

*

 

Será que em amor, qual vaso contentor,

a mente feminina se quebra e arruína

de tão fustigada e vibrada

 

a falo?

 

*

 

Os Bispos veneram-se.

As Damas cortejam-se,

As pegas copulam-se

 

as mulheres fecundam-se.

 

*

 

Como sensual pescadora

a pega lamenta a fraca captura amorosa desse dia

por, em lasciva safra, apenas lhe ter cabido

 

o falo miúdo.


 *

 

Estranhamente a mulher favorece os machos

que em amor a punem e castigam mais severamente,

aqueles que na cópula empregam maior rudeza e brutalidade

 

contra sua beleza.

 

*

 

No auge da cópula os seios balem e dobram furiosamente,

vibram e tocam freneticamente a rebate,

anunciando à vila e povo o incêndio no celeiro

 

do amor.

 

*

 

Sexo é uma cena de pancadaria amorosa

entre rufias lascivos;

uma reles rixa de cama por carne

 

e beleza

 

*

 

Conquistado o falo

a mulher busca mentalmente dissecá-lo,

conquistar-lhe alma e essência,

 

o falo do falo conquistado.

 

*

 

Somos ambulantes falésias,

arribas másculas de mente e carne,

humanos muros expostos à rebentação

de poderosas vagas

da beleza feminina.

 

*

 

Somos fãs de mulheres

e em cada bairro

um prostíbulo é-lhes dedicado como nicho,

 

- a capela do amor.

 

*

 

A mulher sugere o amor elegante,

como Dama;

mas pratica-o obscenamente,

 

como aia...


*


Temos as mulheres para amar,

essas Deusas quotidianas que veneramos,

como uma bela vizinha

 

da existência.

 

*

 

A cama é o terreiro onde por amor

pelejam os seres sentidos;

 

Amor é luta que previamente

elege vencedora e vencido.

 

*

 

A mulher é massa e conteúdo;

 

A massa é o conteúdo da mulher;

 

Cada única mulher é tudo.

 

*

 

Da mulher sou visitante e cliente assíduo da beleza

Frequento-a amorosamente como bar de alterne,

- mal-afamado prostíbulo

 

do amor.

 

*

 

Dos femininos sapatos

a altura do tacão ou batente indica

nesse instante, ao macho caminhante

 

a medida do falo pretendente.

 

*

 

A mulher guarda segredo do falo

como a localização de um valioso achado,

 

um bilhete premiado

da lotaria amorosa.

 

*

 

Na mulher, como carta de marear,

o amor está traçado

- rota que o macho tem sensualmente

 

a navegar.


*


Pela beleza - levedura do amor

a mulher fermentará o falo,

esse bolboso fungo

 

do desejo.

 

*

 

Na mulher, como carta da beleza,

está traçada a rota

que o macho tem amorosamente

 

a percorrer.

 

*

 

Na mulher, como chao sagrado,

está traçada a via-sacra

que o macho tem amorosamente

 

a expiar…

 

 *

 

O macho, como crente da beleza,

tem na mulher o sagrado caminho

amorosamente

 

a peregrinar.

 

*

 

O macho, como caçador da beleza,

divisa na mulher o furtivo trilho

amorosamente

 

a bater...

 

*

 

O macho, como caminhante da beleza,

busca na mulher o antigo trilho

amorosamente

 

a cursar.

 

*

 

Na mulher, como carta da beleza,

está traçada a devassa rota

que o macho tem amorosamente

 

a navegar.


*


Pela hora do sexo

o corpo toma as rédeas da existência

e o ser é brutalmente conduzido e governado

 

como uma esposa submissa.

 

*

 

Os seios são oblongas lágrimas

enfeites pingentes,

estalactites de carne que solidificaram

durante milénios de perversão

e amor.

 

*

 

É benzido o feminino quadril,

como o quente pão sagrado

sobre nossa casta e pura cama

 

- mesa do amor.

 

*

 

A mente feminina acusa o falo

como volume sob veste justa,

argueiro ou incómoda pedra que se introduzisse no sapato

 

da mente.

 

*

 

Os seios são faróis,

luminosos reclamos que a distancia de mentes alcançam,

a sedentos caminhantes anunciam

 

a locanda da beleza.

 

*

 

Findo o sexo

coxas e seios restam dispersos sobre a cama - mesa do amor -

como sobejos de um faustoso repasto em honra

 

do amor

 

*

 

Findo o sexo

coxas e seios restam dispersos sobre a cama - mesa do amor -

como sobejos de um faustoso repasto

 

de si.



Pelo fim do sexo troveja,

 

desaba sobre a feminina mente.

uma violenta tempestade de amor

e impudências

 

*

 

És ainda tu apesar da cópula,

restas integralmente bela depois do amoroso atentado

que deflagrou em tua beleza e mente

de que és

executora e vitima.

 

*

 

Sensualmente, a mulher respira pelo corpo,

 

em rigor

pelos sensuais poros e orifícios

do amor.

 

*

 

Quão iletrada e analfabeta a mulher

mais sábias as cópulas,

mais fino e deleitoso amor

 

produzirá

 

*

 

Mulher,

teu profano corpo é o sagrado templo do amor.

 

Tua beleza

a religião anunciada.

 

*

 

Em sexo cravo-te e hasteio a bandeira do amor

- o sagrado emblema;

 

Desfraldo o símbolo ondulante da fátua conquista

de teus domínios sensuais.

 

*

 

O crime da beleza sugere a investigação,

o inquérito, a audiência e, finalmente,

a loquaz sentença que institui a pena

 

- o amoroso fuzilamento.

 

*

 

 

 

 

 

O alimento frugal sacia o delicado apetite da dama;

 

todavia, em amor o pródigo falo revela-se insuficiente

para satisfazer sua mente sôfrega

e voraz.

 

*

 

Subtraio visões furtivas da mulher

como flores de jardim púbico,

onde placidamente me passeio

 

ao seu entardecer.

 

*

 

Ao transpor a amorosa fronteira

uma taxa de beleza incide sobre o macho;

 

Tributo que a mulher progressivamente reduzirá

na inversa proporção do falo.

 

*

 

Cópula é a troca de presentes obscenos,

 

uma perversa cortesia

que os amantes cultivam.

pelo Natal do amor.

 

*

 

Abrigamos o amor latente e adormecido

que à vista da beleza desperta e transborda, mente fora,

qual maré acordada por mulher,

 

- essa lua caminhante.

 

*

 

Nas tréguas do amor desfraldas o trajo

e deslizas ínfimas vestes –

bandeira branca do sexo -

 

pela haste sensual do ser.

 

*

 

Ao contrário do naco comestível,

que poderá ser bem ou mal-passado,

ao macho - taberneiro do amor -

a mulher sempre exigirá o mais generoso falo

do seu lascivo cardápio.


*


Na preparação do sexo

a mulher coloca-se em amorosa posição

como achacado em enfermaria

aguarda do fisiologista

a infame cirurgia.

 

*

 

Em amor

o sexo abate-se violentamente sobre a mulher;

 

como tempestade

sobre proscrita cidade.

 

*

 

Divisamos batidas na beleza da mulher

as obscenas rotas;

 

caminhos vicinais que o homem mentalmente grava,

como trilhos na vertente.

 

*

 

A beleza da mulher pressiona os diques do pudor,

as represas da circunspeção,

 

camisas de força de que, mentalmente,

nos ataviamos.

 

*

 

A mulher sente-se traída pelo corpo infame e sensual,

 

como hera que, à revelia do ser,

alastrou e desenvolveu tão devassas formas

e raízes.

 

*

 

A presença da mulher faz ceder e rebentar os diques da beleza,

as represas do amor;

 

sensuais camisas de força de que, mentalmente,

nos ataviamos.

 

*

 

Na hora do amor

calcula-se a medida do falo

pela intensidade do feminino ulo


como a distância de um relâmpago.

 

*

  

Na obscuridade de aposentos ou leitos

gozamos o amor, em clandestinidade.

 

Ocultos fumamos encobertos

esse o ópio ilegal de formas.

 

*

 

Na obscuridade de aposentos ou leitos

gozamos o amor, em clandestinidade.

 

Ocultos traficamos à revelia

Essa mercadoria ilícita de formas.

 

*

 

Festejamos o amor a cópula.

 

E a cópula,

como havemos de a celebrar,

mais seus infames actos?

 

*

 

Ao visitarmos o Brasil não deixaremos de amar a mulata

e copular sua célebre beleza,

 

como quem degusta um prato tradicional

do amor.

 

*

 

Como sábios amantes

reconhecemos as pegas entre as mulheres

 

como caçadores divisam uma espécie rara

do amor.

 

 *

 

Como sábios amantes

reconhecemos a beleza entre as mulheres

 

como naturalistas divisam uma espécie rara

do amor.

 

 *

 

No leito a mulher reconhece o bom amante

como governa, utiliza e administra o falo;

 

como à mesa, pela dança dos talheres,

se identifica o bom conviva.


A riqueza da nação é a sua colecção de mulheres

que por lá lida e se pavoneia,

como aves exóticas

 

do amor.

 

*

 

Em sexo a mulher provoca o falo;

 

como um odre de licor agitado

cede à pressão e eclode

de amor.

 

*

 

Em sexo o rosto feminino da lida

transfere-se lentamente para o ávido quadril da cópula

que amorosamente cumprimentamos

 

a falo.

 

*

 

A pega é chamada urgentemente ao lar e à mente

como do sexo o operário reparador;

 

um frade a conceder extrema-unção

do amor

 

*

 

Pela beleza

a mulher fermentará o falo,

esse bolboso fungo

 

- a levedura do amor.

 

*

 

Se o falo se aproxima

a mulher amorosamente se abriga e previne;

 

veda, cerca e protege a beleza como lar

de sinistro forasteiro que indaga.

 

 

 

Se o falo se avizinha

a mulher amorosamente se abriga e previne;

veda, cerca e protege a beleza como lar

 

do amoroso temporal que se aproxima.

 

*

 

 

 

 

 

Nos sensuais arrabaldes da cidade,

a mulher procura o rude falo,

qual assassino a soldo

 

do amor.

 

*

 

Em salão

ou elegante baile da existência

selecionemos a mulher que nessa hora pretendemos

para revestir imoralmente

o falo.

 

*

 

A pega é o soldado do amor;

E a meretriz sua chefia ou Almirantado

 

- o mais elevado posto e honraria

da amorosa hierarquia.

 

*

 

O amor mata a frescura da noviça

que, como os olhos de um bandido,

possuirá a tez, o brilho vicioso

 

de uma calçada gasta.

 

*

 

Entre as mulheres comuns

há pegas infiltradas

 

como agentes secretos

do amor.

 

*

 

Deambulando perdidos como turistas da mulher e beleza

fotografemos esse feminino panorama

que subitamente se apresenta

 

à perversa mente.


*

 

Pela aurora do dia

a mulher tem o falo a cultivar

 

- essa pesada faina e lavoura

do amor.


*


Da mulher o quadril é um ancoradouro de falos

e machos.

 

O grande porto fundeadouro

do amor.

 

*

 

O canal que atravessa a mulher como burgo

marca da beleza o eixo

 

- indica a cidadãos

o amoroso norte.

 

*

 

Atrás de fina blusa ou corpete lustroso

reside um par obsceno de formas e seios,

como hábil salteador se oculta furtivamente

 

sob reposteiros.

 

*

 

A beleza está dissimulada na mulher

qual tabaco de contrabando,

 

mercadoria ilícita e contrafeita

do amor.

 

*

 

A mulher oculta outra mulher – verdadeiramente a copulada -,

quem solta os pungentes gritos de amor,

 

enquanto ela superficialmente aspira as mornas brisas,

róseos eflúvios que do intimo incêndio se libertam.

 

*

 

Na batalha do sexo a mulher é alvejada

e trespassada de amor,

qual soldado de infantaria

 

da beleza.

 

*


Teu ser dilata e distende-se na enseada cintura,

inchado das insistentes aguilhoadas

de um falo que te fere e importuna

como insecto polinizador

da luxúria.


 *

 

O matrimónio é o cativeiro sensual da mulher.

 

a pega, ao invés,

habita livremente a selva

do amor.

 

 *

 

A corte do Príncipe compõe-se de nobres, clérigos ou cavaleiros

e belas Damas

 

- as temíveis mercenárias

do amor.


*

 

A mulher sorri mentalmente ante o discreto falo

pois sabe que, qual pequeno predador,

ele não representa qualquer perigo para sua beleza

 

ou amorosa mente.

 

 *

 

A prostituição é o corso,

O saque ou pilhagem

a vil pirataria

 

do amor.

 

 

A alma é o burgo

e o corpo - a muralha -,

 

o amor - profundo fosso da mulher

a transpor.

 

 *

 

Foi recuperada por meritíssimo juiz

a pena ancestral que condenava parentes e vizinhos

a assistirem à fornicação da mulher

eleita por algoz ou viril macho

da família acusadora.

 

 *

 

Na derradeira hora ou ócio

o assassino recorda os abjetos crimes praticados;

 

a mulher, por sua vez, relembra do adultério

- o infame rol de cópulas traficadas.


*


Por existirmos já incomodamos;

 

Mais, se expressarmos uma ideia

ou abalroarmos a bela mulher

de desejo, amor e cio.

 

 

 

A pega sempre honrará sua meretriz

como um artífice seu venerando Mestre;

e a lúgubre oficina onde duramente professou, laborou

 

e amou.

 

 

 

Em amor estamos mentalmente ébrios e saciados

de beleza feminina,

 

bem bebidos e nutridos

dessa filosofia sensual.

 

 

 

Ao seguir incógnita dama na calçada

sinto a opressão acorrentada da mente

 

como coxas cingidas

por delgada veste.

 

 

 

Como os arreios da montada,

em mulher a veste retesada

imprime obscenos vincos

sobre a feminina

e tensionada mente.

 

 

 

A mulher hesita ante o falo perverso,

como alto funcionário

`vista do generoso suborno

 

do amor.

 

 

 

Se o falo padece e enferma

clamaremos por prático cirurgião

ou sábia pega e curandeira

 

do amor.

 

 *

 

Na batalha do sexo

Temos o grande sulco feminino a transpor

 

como fosso de um amoroso burgo

a tomar.

 

 *

 

Nas festivas cerimónias do sexo

a mulher exibirá as superiores formas da beleza

 

como preciosas jóias de família

do amor

 

*

 

A aia é cortejada por distinto embaixador

ou jurisconsulto;

 

por sua vez a alta Dama é amoroso alvo

do rude moço de estrebaria.

 

 

 

Se copulo a mulher

sinto-me mentalmente capturado e arrestado;

 

emoldurado na ardilosa esquadria

de sua beleza.



 

Durante o coito

a feminina mente será vedada

para estancar a berraria amorosa .

que por gosto ou tradição

insiste em libertar.


*

 

Sensualmente, a mulher respira pelo corpo,

em rigor,

 

pelos perversos orifícios

da mente.


 

 

Restituo à mãe sua jovem donzela,

de beleza roxas e coxas fumegantes,

 

de mente escaldante de amor

e cópula.

 

 










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