POESIA ERÓTICA BRASILEIRA #7 por Celino Deira

 POESIA ERÓTICA #7

By Celino Deira

arts.montero@gmail,com

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Quando o falo é desvendado

a mente feminina reage e se manifesta

aplaude ou pragueja,

mas a face é serena,

como o rosto neutro e sábio

 

de um diplomata do amor

 

 *

 

já madura aristocrata

dissoluta almirante da perfídia

seus seios foram honrados e brasonados

com a amorosas medalhas, a derradeira distinção

condecorada por altos serviços prrestados à beleza

 

- a devassa Comenda da lascívia

 

 *

 

O veneno da beleza que discretamente depositaste no copo da mente

já alastra e enlouquece a mente

já actua e fervilha nas veias

acorda o falo latejante e faz de ti alvo

coloca-te em ponto de mira

da perversa carabina de minha luxúria

 

 

 

Em choque é o homem que foi informado

acerca do avistamento da filha

em bairros sub-urbanos da existência

na companhia do rude falo e do convívio habitual

com essas máfias clandestinas

 

do amor.

 

*



A mulher alberga outra mulher – verdadeiramente
 a copulada -,

quem solta os pungentes gritos de dor e amor,

 

enquanto ela aspira superficialmente as mornas brisas,

róseos eflúvios de um intimo incêndio

 

que da outra se libertam. 

 

 *

 

Como punição pela beleza cometida

À mulher será colocado o cego capuz

E conduzida ao leito - patíbulo do amor

E sua carne será efemeramente condenada

ao sensual enforcamento

 

do amor

 

 *

 

Uma Santa não terá coxas profundas ou largos seios,

mas nossa leiga vizinha possui-as,

coxas calejadas de amor e foda

e seios coçados,

como as rudes mãos de um lavrador

 

da beleza.

 

*

 

À mesa do restaurante

um casal acomoda-se frontalmente

e inicia essa sóbria refeição mental;

 

entretanto, ao meio-fundo escuro da mulher brilha uma luz,

 

um farol piscando na noite de suas pernas.

 

*

 

Por vezes, ao brincar com o falo

um jacto de sémen surpreende a donzela,

um silvo de serpente que inesperadamente se soltou

que a beleza sensual alveja

como uma bala perdida

 

do amor.

 

 *

 

Primeiramente, a sina leu-se no falo;

pegas o faziam.

 

Mais tarde, por pudor ou decência a mão se apartou

e, para tal adaptação,

 

a cigana se convocou

 

 *

 

à mulher repugna o cavalheiresco cortejamento hipocrita e romantico

como dejectos na calçada

 

ao invés favorece a franqueza do macho em cio de amor

que anuncia pretender saltar-lhe a vedação da nudez

qual ágil e aventureiro salteador da beleza

 

 *

 

aflita a donzela contacta a mãe pedindo a sua amorosa ajuda

a presença urgente para domar um falo que se lhe deparou

e agigantou diante da beleza

que ela teme e receia amar 

que lhe parece excessivo e demasiado

 

para a sua singela mente

 

 *

 

Após amoroso Debute.

Restituo à mãe sua jovem cria e donzela,

de nádegas e coxas ainda fumegantes,

de seios húmidos e ferrados a dente

 

de mente escaldante e impúdica

de amor e foda.

 

 *

 

A dama tao discreta reservada e sóbria em salão

Revela-se desenvolta destra e expedita

no privado aposento

 

Pratica na cama a ágil e perversa ginástica do amor

própria de devassas aias e sopeiras

que servem em seu aristocrático palácio

 

 *

 

Foi pelo corpo que nos conhecemos.

Chovia e ela aguardava imóvel

sob o toldo comercial de um bazar

Ou protetora sacada.

 

Entretanto, ao passar, reparei no belo ser

como artefacto exposto na cristalina montra do amor.

 

 *

 

A mulher acolhe o homem que nela se quer afundar

descer às profundidades de suas formas 

à gruta e cave da beleza

por exercer sobre ele o fascínio

de uma gruta ou cave

 

a explorar

 

 *

 

a mulher lamenta e solicita as desculpas dos interlocutores

pelo atraso ou detença e o desarranjo do  semblante que apresenta

devido a uma tentativa de  violação de que sua beleza foi alvo

por perigoso delinquente do amor

que ainda lhe extorquiu algumas intimas vestes 

certamente para traficar

no mercado negro do amor

 

 *

 

E se, nas fábricas celestes

em suas industriosas operações

pela hora da conceção,

à mente coubesse por divino erro de manufatura  e assemblagem

um corpo alheio e nós, justamente,

 

fossemos reclamados por outrem?

 

 *

 

famintos de beleza

empreendamos uma caçada à mulher como pegas

em sensual montaria por travessas e vielas

pelos bosques erigidos de cantaria

miremos o centro sensual da fêmea ao primeiro avistamento

e disparemos essa ruidosa salva de amor

 

 *

 

há suspeitas de amorosa lascívia da artista  circence

que em publica arena ingere temerariamente o fogo

o que sugere que em privada camara ou aposento

mais facilmente tomará o abjeto falo

durante o amoroso número

 

ou espetáculo

 

 *

 

Quotidianamente a esposa regressa ao lar

 

Entrega-se ao esposo de mente imunda, batida e vilipendiada

dos pensamentos abjetos e cobiçosos

que dezenas de machos anónimos

com quem mentalmente se cruzou

furtiva ou explicitamente lhe arremessaram

 

 *

 

Na nefanda sede

Algures dentro de um aposento

a mulher clama de gozo

como um sensual refém ou prisioneiro

rebelde interrogado e torturado

 

por agentes oficiais do amor

 

 *

 

Sempre que um grupo de burocratas abandona o escritório

e se desloca poeticamente até ao porto

o mar decide brindá-los, retribuir-lhes a administrativa  provocação,

e ensopar-lhes os fatos de bom corte,

por uma ou duas vagas míticas,

 

que parece ter especialmente guardadas para si.

 

 *

 

Pretenderás partir e viver,

expor-te à cura dos elementos

ou, pelo contrário, vegetarás em judiciosa Biblioteca,

existindo por livros e cálculos mentais

como quem cultiva vasos

 

ao invés das grandes searas?

 

 *

 

Sempre que um grupo de burocratas abandona o escritório

e se desloca poeticamente até ao porto

o mar decide brindá-los, retribuir-lhes a administrativa provocação,

e ensopar-lhes os fatos de bom corte,

por uma ou duas vagas míticas,

 

que parece ter especialmente guardadas para si.

 

 *

 

em amor a mulher defende a rápida execução amorosa da pena

e sentença que condenou sua beleza ao falo

em acolchoado patíbulo

livre de cortejamentos ou galanteios vários

isenta de audiência ou  julgamento prévio

 

e exposição delatória das partes

 

 *

 

Viver apenas é viver, nada mais.

                                                                                  

Apenas se vive plenamente

e isso cansa, como ser sempre.

 

Não haverá algum estádio intermédio

dentro deste de(x)istir?

 

 *

 

Na mulher O desgaste de algumas carnes e orifícios

demonstra o vicio debochado do amor 

a viciosa preferência da mulher por aquela galeria do castelo

o perverso gosto do macho por aquela porta do palácio

um defeituoso falo ou chave

 

que não pretendem consertar.

 

 *

 

A noiva Eslava ou Russa é cara oferenda,

automóvel veloz do amor,

oneroso presente de magnata 

para o jovem herdeiro que inicia o rito de passagem

à perversidade amorosa

 

e mental.

 

 *

 

Apreciemos os femininos ancas e coxas que,

como urbanas formas, perversos relógios de carne

marcam regularmente nas calçadas o tempo do amor

as badaladas visuais que anunciam a beleza

a tocam a rebate

 

na nossa mente.                                                                          

 

 *

 

Depois de copular o grande falo

a mulher corre para a igreja

e confessa os remorsos sentidos,

ao prior declara regressar de um Crime de que é cúmplice

cometido pela mente,

 

ordenado pelo corpo.

 

 *

 

Como um navio fustigado por amorosas correntes

nossa mente languidamente verte e inclina,

subtilmente extravasa adorna e torneja

para o estibordo decotado e sensual

sobre a coxa curva e bordejante 

 

da mulher.

 

 *

 

Depois de copular o grande falo

a mulher corre para a igreja

e confessa os remorsos sentidos

ao prior declara regressar de um Crime

cometido por amor

 

cúmplice da beleza.

 

 *

 

Os melhores falos habitam os lúgubres bairros suburbanos

e a mulher sabe-o mentalmente,

como o animal faminto deteta longínquo o odor a alimento,

onde o traficante procura a contrafação

o mercador o assassino

 

para resolver o seu negócio

 

 *

 

Em velório de Dama                                                                                                 

lamentamos, profundamente, a perda de um ser

ainda amorosamente útil

e mentalmente, de seios, coxas e um belo   

traseiro e possíveis cópulas, pagas ou não,

 

mas, certamente, obscenas.

 

 *

 

como nobre aristocrata

dissoluto almirante da perfídia

teus seios foram medalhados

com a derradeira honra e amorosa distinção

por altos serviços praticados à beleza

 

- a devassa comenda da lascívia

             

*                    

                                                                                       

Certas mulheres rejeitam o matrimónio oficial

ou as grandes avenidas e alamedas da paixão

e desde cedo são observadas a circular em pérfidos bairros

amorosos subúrbios    

a deambular livremente por vielas e antros

 

a traficar no mercado negro do amor

 

*

 

Durante um passeio campestre

uma borboleta entrou na campânula mental da tua saia

e lá desapareceu

para sempre se colou a uma devassa bochecha do quadril

e esvoaça agora enjaulada no espaço sagrado daquela abóbada filosófica


sua nova masmorra.

 

 *

 

Por um incrível fortuito e acaso

Observei os seios crus naturais e verdadeiros

de uma bela vizinha do amor enquanto lidava

num relance e vislumbre de imagem cortada entre reposteiros de apartamento fronteiro

e estou feliz por isso como se nesse dia

houvesse sido premiado 

na lotaria do amor

 

 *

 

Determinemos historicamente a hora

que as mulheres escolheram para cobrir os seios e armar decotes,

por exígua venda ou veste de aparato,

e teremos assinalado, certamente,

o início da civilização,

 

- a amorosa barbárie.

 

 *

 

Aportaram brasileiras à nação,

como pegas a uma vila.

 

Há receio entre as mulheres

pois a brasileira é bela,

 

é, praticamente, invencível como mulher.

 

 *

 

O sexo importuna a mulher                                                                                          

que, na mente, sofre o copulador;

 

um barulhento vizinho amoroso,

que habitasse o piso superior

 

de sua existência.

 

 *

 

Estranhamente

estamos impedidos de proferir obscenidades na presença das mulheres;

mas podemos perfidamente executá-las na sua companhia,


em aposento privado,

 

à hora imprópria do amor.


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